segunda-feira, 11 de março de 2013

Francisco José de Mattos


O cirurgião Francisco José de Mattos nasceu em Aracati, em 12 de outubro de 1810. Foi um daqueles aracatienses que mais fez para honra sua terra natal. Oriundo de uma família pobre, mas distinta, faltaram-lhe os recursos pecuniários necessários, para que se formasse em medicina, profissão a qual tinha pronunciada vocação, sobretudo para a cirurgia.

Com tudo não desanimou, se não podia ser doutor, seria um douto na matéria de sua particular predileção, cirurgia. Aprofundou seus estudos e fez grandes progressos na prática, e em 1836, conseguiu licença do Protomedicato do Recife, para exercer a cirurgia. Seus recursos aumentaram, suas vistas se alargaram, e o horizonte de suas legítimas aspirações, saíram dos limites estreitos da pequena Aracati.

Mudou-se para a capital em 1839 e de Fortaleza para a corte, Rio de Janeiro, com o desejo de clinicar. Uma tentativa arrojada para a época, mas que teve feliz êxito. Fez importantes curas nos senadores Alencar e Calmon, depois Marques de Abrantes, seguiram-se outros personagens ilustres e com isso tornou-se conhecido.

O cirurgião Mattos podia ter defendido tese e tirado diploma de doutor na Academia Nacional de Medicina, como tantos outros fizeram, mas preferiu continuar curando doentes. Se algum título emocionava o cirurgião Mattos, este era o de trabalhador. Foi por esta época que resolveu fabricar a suas pílulas de Mattos, que tanto renome lhe trouxe.

Para fabricar suas pílulas o cirurgião Mattos sabia que tinha de voltar ao Ceará, cuja flora conhecia muito bem. Em 1840 estava de volta a Fortaleza, onde aceitou exercer o cargo de diretor da enfermaria de caridade. Em 1846 iniciou a fabricação das suas pílulas. A partir de então não houve quem não abençoasse as Pílulas de Mattos pelas suas curas maravilhosa.

Eleito deputado provincial por três vezes entre 1848 e 1873. Membro da Sociedade Auxiliadora da Indústria e Presidente da Câmara Municipal de Quixeramobim.

Apesar de seus esforços o cirurgião Mattos só deixou de herança a sua família a fórmula da pílula e honrada pobreza. Faleceu em Baturité a 4 de outubro de 1876 vítima de febre perniciosa. A vida continuou e o trabalho farmacêutico do cirurgião Mattos teve continuidade através de seu filho Joaquim D'Alencar Mattos. Em 1905 a Pharmácia e Drogaria Mattos, em Baturité produzia: Pílulas de Mattos, Peitoral Mattos de Jucá e Goma-angico, contra tosse, xarope de Urucú composto (poderoso anti-asmático), Elixir de Velame, Caroba e Manacá, (grande depurativo do sangue e específico da sífilis), Elixir estomacal de Torém, Agua Juvenil para o cabelo, Leite anti-félico para a pele, PÓ e pasta dentifrícia de Ziziphus e Vitiver e Vinho de Jurubéba, simples e ferruginoso. É graças ao seu incansável trabalho e a fama das Pílulas de Mattos (em vidro) que o farmacêutico Joaquim D'Alencar Mattos recebe o seguinte convite do Ministro da Agricultura Rodolpho de Miranda: "Exposição Internacional de Turim - Roma, 1911 - Seção Brasileira - Rio de Janeiro, 01 de outubro de 1910. Sr. Farmacêutico Joaquim de Alencar Mattos. Tenho o prazer de comunicar-vos que, havendo sido o Brasil convidado pelo Governo Italiano a tomar parte na Exposição Internacional das Industrias e do Trabalho, a realizar-se em Turim, nos meses de Abril a Outubro de 1911, resolveu o Governo Federal, atendendo a tão honroso convite, promover a representação do Brasil naquele certame, nomeando uma comissão encarregada de organizar a Seção Brasileira.

Solicito o vosso concurso para maior brilho da Seção Brasileira, certo de que dessa forma vos proporciono o ensejo de obterdes uma alta recompensa e de concorrerdes ativamente para o patriótico fim que o Governo tem em vista: - a obra de propaganda e expansão econômica do Brasil". O farmacêutico Joaquim D'Alencar Mattos aceita o convite feito pelo ministro e tem seu trabalho premiado em 1911 na Exposição Internacional Agrícola e Industrial de Turim, Itália, com uma resina e depois em 1922 na Exposição Internacional do Rio de Janeiro.

Bibliografia: Almanack Mattos- Ceará- Fevereiro de 1906

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